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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Até quando?


Boa tarde!
Como andam meus caros leitores? Muito frio por aí? Posso imaginar...
Bom, o tema que me traz hoje aqui pode parecer um tanto quanto chato só porque já o estudamos em sala de aula. Pode parecer também, coisa do passado, que não se deve tratar em um blog. Contudo é sobre seus reflexos no nosso presente que venho vos falar.
Exatamente há 122 anos, em 13 de maio de 1888, Foi sancionada no Brasil, a lei áurea. Essa lei foi assinada pela, conhecida por nós, princesa Isabel e consistia na abolição, isto é, extinção da escravidão no nosso país.
Hoje em dia, vemos essa data como um marco histórico, já que extinguiu uma fase tão cruel e escura da realidade brasileira. Então, vim aqui pra lembrar a vocês, para que vocês possam comemorar felizes e com entusiasmo. Afinal, o Brasil se tornou um país equilibrado e em harmonia, não é verdade? Não. Infelizmente, não é verdade.
Os resquícios que a escravidão (e seu prolongamento) deixaram incomodam até hoje a nossa sociedade. Digo prolongamento, pois entre 13 de maio de 1888 e a "chegada" verdadeira da mão-de-obra assalariada, passaram-se tempos...
Ou alguém aí estava pensando que no dia seguinte, todos os ex-escravos estavam bem empregados? Nem no dia seguinte, nem na semana seguinte, nem no século seguinte. Descendentes de negros e escravos foram e ainda são, mesmo que com menos intensidade, muito desprezados e discriminados.
A abolição da escravidão, para quem enxerga as coisas superficialmente, é vista como motivo de festa e alegria. Porém pensemos: Um negro, que servia como escravo a seu senhor. Com a abolição, como seguiu sua vida? Seu senhor começou a lhe pagar um salário? Ou um outro senhor preferiu contratar ele ao invés de um imigrante italiano que estava de chegada? Nem uma, nem outra coisa. Esse negro, ou continuou como escravo ou foi jogado na rua. Sem casa, emprego ou quaisquer mínimas condições de vida.
E é esse descendente de escravo que você encontra hoje pedindo esmola, juntando latinhas, roubando... E como culpá-lo? Quanto já não roubamos dele? Como sempre digo, cabe a nós usufruir bem do nosso bom senso, ao julgarmos essas situações...
Continuando, não posso deixar de citar as vozes que, antecipadamente, já ouço me questionando: "Mas, Liza, eu conheço um negro empresário que ganha super bem!"
Ah, é? Você conhece um? E quantos brancos ricos você conhece?
"Liza, o presidente dos EUA é negro!!!"
O primeiro! Em 2009, século XXI, o primeiro presidente negro dos EUA! E, ao meu ver, parece estar embranquecendo, se é que me entendem e sem nenhum preconceito, é claro.
Para concluir, quero lembrar a vocês que não fiquem parados diante disso. Que há 122 anos, a princesa Isabel não aboliu a escravidão. E esse dever é nosso, do povo brasileiro: Vamos abolir essa vergonha.

3 comentários:

  1. Adorei filha! Não tenho dúvidas, vc é mesmo escritora.
    Vc escolheu um tema pesado, mas conseguiu dar a ele um ritmo gostoso e até mesmo positivo.
    Parabéns.

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  2. Realmente a escravidão foi o maior desastre que já pode ocorrer na história da humanidade. E estamos passando pelas conseqüências agora e talvez para sempre. Porém sinto as esperanças renovadas quando leio um texto como esse e jamais deixarei de acreditar na mudança.

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  3. Acho linda a maneira como você fala de temas tão sérios com tanta sensibilidade. Você tem o poder das palavras. É importante que alguém sempre nos lembre do verdadeiro sentido das coisas que hoje nem damos a devida importância, isso significa que alguém está tentando fazer a diferença.

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