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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

[parte IV] A razão ordenava...


Que ela seguisse enfrente e ignorasse aquelas palavras que haviam sido ditas. Ele não merecia a reciprocidade daquele sentimento de amor. Quanto havia chorado ela, por ele, nas noites passadas... Embora tantos fatores lha subissem à cabeça mostrando-a que deveria ignorá-lo, sabemos bem que, contrapondo a razão, há o coração.
Ela não esperava declaração tão direta. O coração bateu forte e ele começava a se aproximar. Deveria beijá-lo? Esquecer de tudo o que havia passado por ele? Não, não devia. Porém o fez.
Beijou-o como nunca havia feito. Ele não deixou de reparar o entusiasmo e logo a segurou pela sintura. Ela se sentia segura. Não conseguia pensar em mais nada que não fosse viver daquele jeito para sempre.
O sorriso permaneceu com eles até o fim do dia quando estavam mais calmos e conseguiram esclarecer tanto amor e mágoa guardados. Conversaram, riram, refletiram. E acabaram entendendo que apesar de tudo que passaram, não deveriam desperdiçar esse amor.
Tiveram medo de toda essa felicidade ser apenas uma ilusão passageira, mas passaram por brigas e crises, o que não deixou diminuir o laço que os amarrava.
E foi assim, depois de algumas confusões que viveram quase felizes para sempre.
Quase felizes, quase para sempre.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

[parte III] Se ideias bastassem...


Ele estaria com o jogo ganho. Pensou, antes de tudo, em conversar. Pessoalmente seria perfeito, caso não houvesse a lembrança do acontecimento anterior. O telefone passou a ser a escolha dele, mas seria tão ruim não poder olhá-la nos olhos. A verdade é que, depois de inúmeras ideias, ele se deu por satisfeito com a situação. Não era a única bela garota do mundo, pois então ele trataria de ficar com outra. Ou outras.
Ela parecia estar ligada a ele. Algum tipo de sintonia proveniente de forças sobrenaturais. Pensava o mesmo. Ficaria com um garoto diferente, já que tantos estão por aí. A sintonia se tornava ainda mais clara pelo fato de que ela também pensava nele, sonhava com ele e respirava ele.
Ela nunca iria passar pelo mesmo constrangimento da outra semana. Era uma promessa e se cumpriria. Contudo, sabia que não resistiria uma iniciativa vinda dele. Ela sabia que isso estava prestes acontecer.
Mas não havia ele desistido? Só até a quinta-feira, quando ela amarrou o cabelo bem no alto da cabeça, de um jeito improvisado aparentando leveza, para poder ver de perto os bacilos que estavam sob as lentes do microscópio na aula de biologia. Naquele laboratório cheio de produtos inflamáveis e mal cheirosos, estava ele a pensar, como poderia ser tão marcante aquele perfume. O dela, é claro.
Não resistiu, no ato do sinal tocar ele levantou-se depressa. Um grande fluxo levava todos no sentido da cantina. Antes que ela saísse de uma vez de vista, ele puxou-a pelo braço. Não brutamente, devem imaginar, mas de um jeito forte o suficiente para que ela ficasse.
O jogo estava invertido. Havia ainda mais tensão do que na primeira vez. Os sintomas que eram dela, ele passara a sentir antes mesmo de qualquer palavra ou gesto. Não ouvia palavras e o mundo girava lento. A única coisa que ele conseguia acompanhar era a respiração dela que já começara a ficar impaciente.
Ele arriscou algumas palavras, mas só se ouviram monossílabos sem sentido algum. A mão passando sobre os cabelos deixava ainda mais clara a insegurança. Ela apenas sorria. Ele percebeu que não teria como recitar nenhum dos versos ensaiados. Pensou em desistir, seria covardia demais. Estava perdido naquele laboratório. Olhou para os quadros, alguns esquemas interessantes. O rosto vermelho, os lábios vibraram. E então disse: "Eu te amo."


***CONTINUA***

sábado, 11 de setembro de 2010

[parte II] Ela pensou por algumas horas daquela noite...


Estava disposta a uma transformação. Da água pro vinho, do amor ao ódio. Ela conseguiria, mostraria a ele que aquilo não passara de uma paixão tola e, ainda, que estava mais poderosa do que nunca com seu novo visual: Longos cabelos pretos e com pontas leves graças ao desfiado perfeito de seu cabeleireiro. Sem contar as finas e quase imperceptíveis mechas avermelhadas que só lhe acrescentavam mais autoconfiança, maturidade e poder.
Ele? Sempre rodeado de três ou mais garotas, daquele tipo que nem é preciso descrever, mas que não custa lembrar: aquelas que têm a vida exclusivamente voltada a futilidades e perguntam se inventaram uma tabuada do alfabeto quando vêem alguém estudando a tabela periódica.
Como já era esperado, os olhos azuis acompanharam as mechas vermelhas por todo o corredor do colégio. Estava explícito que ali tinha início um sentimento de arrependimento. Era tarde. Ou não...
Ela não atraiu apenas o belo par de olhos azuis que ele tinha, bem como os verdes, castanhos e acinzentados. Era sem dúvidas, um assunto constante nas conversas do ensino médio. Ela não deixou de aproveitar... Fez novas amizades e também outras coisinhas novas...
As noites dele passaram a ser mais longas. Ele deixara escapar a garota que começara a aparecer em seus sonhos de todas as noites. Era impossível que ela não sentisse mais nada, pensava. Ele havia de fazer algo. Pois então, o faria!



***CONTINUA***

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

[parte I] E como sempre...


Ele não sabia o que queria, ela sabia o que queria: ELE.
Pois foi assim por um bom tempo, até que não podendo mais suportar toda aquela sede de amor que descia à sua garganta todos os dias, ela surpreendeu.
Calculou o melhor momento, ensaiou as melhores palavras, previu reações e enfim, disse o que queria.
Ele pestanejou, como ela já esperava;
Bagunçou um pouco os cabelos, já soava como um sim;
Até que disse, tão friamente quanto um gelo tocando à pele, que não queria o mesmo.
Tudo havia sido previsto, menos essa hipótese. Todos os sims foram calculados e analisados, mas apenas os sims. Ela esperava reações diferentes, mas não esperava um não.
O mundo parecia girar em descompasso, e ela era incapaz de ouvir o que se passava ao redor. A única palavra que se repetia incansavelmente a seus ouvidos era o não. O "não" tão brusco e indesejado o qual saíra da mesma boca que ela desejara com clamor.
Aos poucos, e bem poucos, o mundo foi retomando seu rítimo, e outras palavras ela já podia assimilar. Mas nunca, depois daquele dia, seus dias foram os mesmos. O sentimento mudou. O que era vontade de amar, tornou em vontade de se vingar. Ela estava disposta: Ele teria o troco.


****CONTINUA****

quarta-feira, 1 de setembro de 2010



Não consegui perceber se estava mesmo vivendo ou apenas sonhando.
Ainda não tenho certeza, mas me parece tão real.
Vejo cores;
Sinto sabores;
Mas ainda me ocorre a sensação de estar tudo embaçado, como num sonho.
Algumas coisas fazem sentido, outras já não.
Talvez assim seja a vida. Um sonho.
Na verdade, é você quem o faz. Decide no que acreditar;
Decide o que quer ver com nitidez;
E o que prefere ver embaçado.
Talvez eu já tenha acordado, mas é satisfatório esse jeito de viver. Acreditando sempre que um final feliz virá.
A não ser que, diferente de mim, você esteja vivendo um pesadelo.
Nesse caso, disperte. E acorde.